sábado, 12 de julho de 2008

Pública notícia

Lá fui aos livros. E tenho de voltar porque, com grande pena minha, nem o meu pé aguentou muitas horas sem doer um pouco (e preferi que ficasse por ali a dor, em vez de medir forças com ela) nem encontrei, na livraria onde fui, o que queria, na sua grande parte. O que não quer dizer que tenha vindo de mãos a abanar, nada disso, e comprei, em português, um livro que já me tinha deliciado a ler, em inglês: "A Primeira Aldeia Global", escrito pelo jornalista inglês Martin Page, editado pela "Casa das Letras".
Li-o no original em Luanda e deixei-o a uma Amiga. "Deixar", na nossa língua, dela e minha, quer dizer que o livro é dela e pode fazer o que quiser dele enquanto estiver na sua posse mas que quando eu o quiser reler, se ela ainda o tiver, vou buscá-lo e é meu. Recomendo-vos esta obra pela melhor das razões: faz-nos sentir bem como Portugueses. Aliás, o que o título quiser dizer é que, de facto, foram os Portugueses os criadores da primeira ideia global. Eles, nós, fomos, voltámos, levámos, trouxemos, matámos e morremos em todas as partes do mundo. E depois, se, de algum modo, nem sempre me revejo naquele português que ele vê, não posso garantir que não seja presunção da minha parte. Quero abrir-vos a curiosidade dizendo que a obra começa com Jonas, o da baleia, e manda a verdade dizer que, ao chegar, perguntei ao meu primogénito o que andava a ler e quando ele disse o nome em português não o reconheci logo como já lido.

Um pequeno excerto: "(Em 1582) No Japão, onde existia um comércio florescente, mercadores portugueses radicaram-se ali em tão grande quantidade que fundaram e construíram a cidade de Nagasáqui. Um dos seus mais importantes contributos foi dar a conhecer o mosquiteiro aos japoneses, que o passaram a usar com entusiasmo e efeitos comprovadamente benéficos. Criaram as primeiras fábricas de armas de fogo no Japão, para onde levaram o trabalho de fundição da Europa, as especiarias da Índia e a seda da China. Enriqueceram a língua japonesa com novos termos. Assim, por exemplo, "obrigado" tornou-se "origato" e o pão, que até então era desconhecido dos japoneses , ficou conhecido como "pan". Os portugueses introduziram o método de cozinhar peixe em tempura, continuando este a ser o fast food preferido no Japão."
A partir da página 166 à 170, um hino às criações culinárias devidas aos portugueses leva-me a sugerir que não leiam o livro quando estiverem com fome...
De outras inesperadas compras darei notícia próxima.

2 comentários:

Pedrita disse...

anotado. beijos, pedrita

Os Incansáveis disse...

Ai, ai. Lá vai mais um título para minha lista interminável de livros "a ler"! Assim, precisarei de outra vida para ler tudo.
Denise