terça-feira, 24 de junho de 2008

Cantiga a mote: Meu Coração Marinheiro

Amigos, tenho a mania de misturar coisas sérias com brincadeiras, talvez porque ache que é assim que se deve temperar a Vida, e depois admiro-me de que quem me lê sentir o meu aspecto lúdico como o mais visível. Ora, isso não é verdade nem mentira: tem dias! O meu poste sobre os exames é a sério, as minhas quadras a mote são uma brincadeira de S. João. Que, coitado, nem era muito para brincadeiras...
Meu coração marinheiro
Fez-se ao mar e naufragou.
Perdeu o norte, primeiro
Que o teu olhar o cegou.

Meu coração marinheiro
Tantas voltas deu ao mundo!
Mas não esqueceu, Companheiro,
Esse teu olhar profundo.

Meu coração marinheiro
Vai morrer a navegar
Sem poder lançar o ferro
No porto do teu olhar

Andou sempre a correr mundo
Meu coração marinheiro
Preso a esse mar profundo
Do teu olhar feiticeiro

Meu coração marinheiro
Cansou-se de navegar
E ancorou, traiçoeiro,
Nas ondas do teu olhar.


Façam favor de festejar o S. João como deve ser! Eu ontem comi uma sardinha assada!

Assim não vale!

Pois é, tal como dizíamos antigamente, nos jogos e brincadeiras, quando apanhávamos os colegas a “fazer batota”, isto é o que me apetece dizer agora.
Vou usar um tom ligeiro, não para amenizar as questões, mas porque eu própria preciso de me amenizar. Esta quase imobilidade física tem dado cabo de mim e então dá-me para pensar. O que é perigoso, como sabem, pois além de tudo o mais que possa acontecer, até já morreu um burro no meio de tarefa tão importante.
Bem, eu estou sem acesso aos jornais, gentileza da Net (que me abandonou durante o fim de semana, como vem sendo hábito) e tenho eco dos exames apenas pelo que me chega via Caixinha de Afectos, isto é, maioritariamente o que se refere ao exame de Português do 12º ano. E chega! Chega para me pôr a ferver!
Como é que um grupo de sábios, que passa meses a dar à luz um teste, consegue complicá-lo de maneira a que os próprios correctores tenham dúvidas (nuns casos) ou concluam que há mais do que uma resposta possível?
Como é possível que depois de se ter definido que o TLEBS não entrava ainda neste “cânones”, afinal tenha aparecido, assim para dar um arzinho da sua graça e, certamente, para acalmar o ofendido amor-próprio de algum pai de tal monstrinho? (E já agora, já repararam em como é impróprio chamar “amor” ao “amor-próprio”?)
Se o programa da disciplina é tão vasto em autores, o que é que deu aos criadores para praticamente se dedicarem a Camões? Foram ordens superiores? Foi o sonho vão de que ao tratar tanto de Camões ele viesse dar algum alento às tropas, isto é, aos Portugueses?
No tempo em Nosso Senhor Jesus Cristo ainda andava pelo mundo eu aprendi regras para elaborar testes. E depois, muito mais tarde, assisti a aulas magníficas sobre o assunto com a Dra. Emília Amor. Senhores dos Exames, sabem disso? Olhem, como ando numa de voluntariado, voluntario-me para, em momento a determinar, me encontrar convosco e partilhar o que aprendi e usei quando elaborava testes. Graciosamente.
Também me cheirou a que os exames de Matemática do 9º ano eram “de caras”. Seriam, ainda, ordens superiores? Era preciso saber multiplicar? E os de Português?
Afinal, houve algum exame em que não houvesse nada a apontar? E este ano os exames continuaram a ser publicados nos jornais, com critérios, propostas de solução etc.?
Alguém que me responda, se possível tim-por-tintim, porque senão nem o pé tem vontade de se pôr de pé, que é, afinal, a obrigação dele…