sábado, 31 de maio de 2008

Educação para o optimismo

ATENÇÃO: ESTE POSTE TEM IMAGENS!

AS IMAGENS QUE NÃO SE VÊEM AQUI SÃO TODAS AS QUE OS MEUS AMIGOS PUBLICAM NOS SEUS BLOGUES, DAS SUAS ACTIVIDADES COM ALUNOS. VÊEM-NAS? EU VEJO! OS ALUNOS DA TERESA DO SADO, DA TERESA DO TÂMEGA, AS GÊMEAS DA CLARA DE RESENDE, OS MAIORES DO 12º4, TODOS, TODOS, (estive a citar de cor, mas são todos, até aqueles meus meninos das aulas debaixo do embondeiro):



Depois de ler a parábola das Nove Vacas, que o Terrear e o Revisitar a Educação nos trouxeram hoje e de ler também o lamento da Fátima André acerca de um programa televisivo recente em que se teriam relevado os males da Blogosfera sem referir os bens, lembrei-me de ir à procura de um texto que, ainda no tempo em que Nosso Senhor Jesus Cristo andava pelo Mundo, publiquei no Primeiro de Janeiro, que me deu a honra de, durante anos, me oferecer uma página para expor a minha opinião, à sexta-feira. Por questões temporais, apenas mudei o tempo verbal relativo a um anúncio, lá para o fim, pois sinto que o resto está actual:


"Um dia destes, numa reunião de Professores, uma Colega conseguiu surpreender-me, a mim que estou no ensino há quarenta anos. No meio de um assunto meio morno, ela despertou a minha alma e todos os meus sentidos pedindo a palavra e dizendo: "Apesar de tudo, eu estou optimista. Aliás, sendo professora, só posso ser optimista."
Que maravilha! Que bom se todos nós, professores em especial, tivéssemos este lema de vida! De facto, também eu sinto que à Escola cabe agora, mais do que nunca, transportar o facho da fé no futuro. Os jovens precisam de quem os estimule e lhes dê confiança, num mundo em que tudo parece conluiar-se para a descrença. É a guerra, é a violência, é o desemprego, é a doença. Sim, há disso tudo, mas sentimo-lo mais ainda porque a comunicação gira à volta dessas pragas sociais. O Bem e o Mal são igualmente contagiosos. E nós mostramos mais vezes o Mal do que o Bem. Que esperança podem ter os adolescentes de agora, que estímulo para fazer o seu trabalho, que é estudar, se só vêem cenas de desespero de desempregados? Para quê darem-se ao trabalho de ser gentis, delicados, se o que a comunicação social apresenta é a guerra e a maldade? Para quê preocuparem-se com programas de (in)formação e cultura, se se valoriza o fácil, o mau-gosto, o palavrão?
Então, o que podemos fazer? Tanto! Por exemplo, começar por valorizar o seu trabalho. Evidentemente que têm de estudar. Mas por que havemos de os censurar sempre que não fazem uma tarefa marcada e não os louvamos e incentivamos quando o fazem? Por que não demonstrar esperança neles, nas suas capacidades de reformar o mundo, de encontrar outras opções, agora mais solidárias do que foram as nossas? Por que não mostrar-lhes confiança também relativamente ao nosso próprio futuro, que, afinal, está nas mãos deles? Por que não nos começamos a "mexer" no sentido de exigir que os jornais e a televisão, em especial, dêem mais realce às coisas boas que acontecem? Sabem que estão sempre a acontecer coisas boas? Que há pessoas que não roubam, que não enganam, que ajudam os outros, que têm iniciativas, que se preocupam genuinamente? E que ajudam o vizinho desempregado, que tiram algum do seu tempo para ir visitar um doente, que conciliam onde há desavença? E que são cidadãos anónimos, comuns, mas que fazem as coisas porque têm coragem. E ter coragem " é quando sabes que foste vencido ainda antes de começares, mas começas apesar disso e acabas o que tens a fazer, independentemente do que acontecer. É raro ganhar-se, mas às vezes acontece." Como se lê numa das mais belas obras que já li, "Não matem a Cotovia", de Harper Lee.
Vamos começar, já? Alguém tem de o fazer e tudo começa por pequenos gestos. Às vezes, de forma pouco ortodoxa, até. Como naquele anúncio a uma bebida, (não me lembro qual, mas recordo a mensagem)em que o filho se recusava a continuar a ser mensageiro de recriminações entre os Pais e começa a mentir. Por Amor. Coragem e Amor, que duas belas palavras para terminar esta reflexão!"