Hoje acordei a pensar no discurso de Henrique V, na peça de Shakespeare com o mesmo nome e que o Rei fez aos seus pouco mais de 10 000 soldados que se preparavam para lutar com mais de 60 000 franceses. Foi no dia de S. Crispim ou S. Crispiniano (25 de Outubro de 1415) e aparece muitas vezes referenciado como "O Discurso de S. Crispim". Para o entendermos melhor é bom que recordemos que muitos cavaleiros da mais alta nobreza pensavam desistir devido à enorme disparidade de forças, especialmente o conde de Westmoreland, primo do monarca. Mas o Rei galvanizou-os para a vitória de Azincourt (Guerra dos Cem Anos) com o seu discurso. Que vos apresento numa tradução nem muito livre nem muito fiel.
Aqui vai;
"Quem expressa esse desejo de mais soldados? Meu primo Westmoreland? Não, meu simpático primo; se estamos destinados a morrer, o nosso país não tem necessidade de perder mais homens do que nós temos aqui; e, se devemos viver, quanto menor for o nosso número, maior será a parte da honra para cada um de nós.
Pela vontade de Deus! Não desejes nem mais um homem, te rogo! Por Júpiter! Não sou avaro de ouro, e pouco me importo se vivem às minhas expensas: pouco me importa que outros usem as minhas roupas: essas coisas externas não encontram abrigo entre as minhas preocupações. Mas se ambicionar a honra é pecado, sou a alma mais pecadora que existe. Não, por fé, não desejes nenhum homem mais da Inglaterra. Paz de Deus! Não quereria, pela melhor das esperanças, expor-me a perder uma honra tão grande, que um homem a mais poderia talvez querer compartilhar comigo. Oh! Não anseis por nenhum homem a mais! Proclama antes, através do meu exército, Westmoreland, que aquele que não for com coração à luta, poderá retirar-se: dar-lhe-emos um passaporte e poremos na sua mochila algum dinheiro para a viagem; não queremos morrer na companhia de um homem que teme morrer como companheiro nosso.
O dia de São Crispim: este dia é o da festa de São Crispim; aquele que sobreviver a este dia voltará são e salvo ao seu lar e colocar-se-á na ponta dos pés quando se mencionar esta data, ele crescerá sobre si mesmo ante o nome de São Crispim. Aquele que sobreviver a este dia e chegar à velhice, cada ano, na véspera desta festa, convidará os amigos e lhes dirá: "Amanhã é dia de São Crispim". E então, arregaçando as mangas, ao mostrar-lhes as cicatrizes, dirá: "Recebi estas feridas no dia de São Crispim."
Os velhos esquecerão; mas, aqueles que não esquecem tudo, lembrar-se-ão todavia, com satisfação, das proezas que levaram a cabo neste dia. E então os nossos nomes serão tão familiares nas suas bocas como os nomes dos seus parentes: o rei Harry, Bedford, Exeter, Warwick e Talbot, Salisbury e Gloucester serão ressuscitados pela recordação viva e saudados com o tilintar dos copos. O bom homem ensinará esta história ao seu filho, e desde este dia até o fim do mundo, a festa de São Crispim e Crispiano nunca chegará sem que venha associada à nossa recordação, à lembrança do nosso pequeno exército, do nosso bando de irmãos; porque aquele que verter hoje o seu sangue comigo, por muito vil que seja, será meu irmão, esta jornada enobrecerá sua condição e os cavaleiros que permanecem agora no leito em Inglaterra considerar-se-ão como malditos por não estarem aqui, e sentirão a sua nobreza diminuída quando ouvirem falar daqueles que combateram convosco no dia de São Crispim."
Levantei-me e fui ler o texto: em inglês e nesta tradução que fiz há tempos e fiquei a pensar: "Por que é que me lembrei deste discurso? " Neste momento, penso que sei. Sei que temos uma grande batalha a travar pela verdadeira Educação, somos poucos a enfrentar muitos, mas será uma honra nunca esquecida se conseguirmos arrumar esta casa. Infelizmente (e não sou nada de me queixar da idade), precisaria de ter menos 20 anos. E esta ira que não considero pecado, esta vontade de fazer valer o que é importante, esta coragem de denunciar o que é trabalho de impostores.
Aqui vai;
"Quem expressa esse desejo de mais soldados? Meu primo Westmoreland? Não, meu simpático primo; se estamos destinados a morrer, o nosso país não tem necessidade de perder mais homens do que nós temos aqui; e, se devemos viver, quanto menor for o nosso número, maior será a parte da honra para cada um de nós.
Pela vontade de Deus! Não desejes nem mais um homem, te rogo! Por Júpiter! Não sou avaro de ouro, e pouco me importo se vivem às minhas expensas: pouco me importa que outros usem as minhas roupas: essas coisas externas não encontram abrigo entre as minhas preocupações. Mas se ambicionar a honra é pecado, sou a alma mais pecadora que existe. Não, por fé, não desejes nenhum homem mais da Inglaterra. Paz de Deus! Não quereria, pela melhor das esperanças, expor-me a perder uma honra tão grande, que um homem a mais poderia talvez querer compartilhar comigo. Oh! Não anseis por nenhum homem a mais! Proclama antes, através do meu exército, Westmoreland, que aquele que não for com coração à luta, poderá retirar-se: dar-lhe-emos um passaporte e poremos na sua mochila algum dinheiro para a viagem; não queremos morrer na companhia de um homem que teme morrer como companheiro nosso.
O dia de São Crispim: este dia é o da festa de São Crispim; aquele que sobreviver a este dia voltará são e salvo ao seu lar e colocar-se-á na ponta dos pés quando se mencionar esta data, ele crescerá sobre si mesmo ante o nome de São Crispim. Aquele que sobreviver a este dia e chegar à velhice, cada ano, na véspera desta festa, convidará os amigos e lhes dirá: "Amanhã é dia de São Crispim". E então, arregaçando as mangas, ao mostrar-lhes as cicatrizes, dirá: "Recebi estas feridas no dia de São Crispim."
Os velhos esquecerão; mas, aqueles que não esquecem tudo, lembrar-se-ão todavia, com satisfação, das proezas que levaram a cabo neste dia. E então os nossos nomes serão tão familiares nas suas bocas como os nomes dos seus parentes: o rei Harry, Bedford, Exeter, Warwick e Talbot, Salisbury e Gloucester serão ressuscitados pela recordação viva e saudados com o tilintar dos copos. O bom homem ensinará esta história ao seu filho, e desde este dia até o fim do mundo, a festa de São Crispim e Crispiano nunca chegará sem que venha associada à nossa recordação, à lembrança do nosso pequeno exército, do nosso bando de irmãos; porque aquele que verter hoje o seu sangue comigo, por muito vil que seja, será meu irmão, esta jornada enobrecerá sua condição e os cavaleiros que permanecem agora no leito em Inglaterra considerar-se-ão como malditos por não estarem aqui, e sentirão a sua nobreza diminuída quando ouvirem falar daqueles que combateram convosco no dia de São Crispim."
Levantei-me e fui ler o texto: em inglês e nesta tradução que fiz há tempos e fiquei a pensar: "Por que é que me lembrei deste discurso? " Neste momento, penso que sei. Sei que temos uma grande batalha a travar pela verdadeira Educação, somos poucos a enfrentar muitos, mas será uma honra nunca esquecida se conseguirmos arrumar esta casa. Infelizmente (e não sou nada de me queixar da idade), precisaria de ter menos 20 anos. E esta ira que não considero pecado, esta vontade de fazer valer o que é importante, esta coragem de denunciar o que é trabalho de impostores.