Lá fui aos livros. E tenho de voltar porque, com grande pena minha, nem o meu pé aguentou muitas horas sem doer um pouco (e preferi que ficasse por ali a dor, em vez de medir forças com ela) nem encontrei, na livraria onde fui, o que queria, na sua grande parte. O que não quer dizer que tenha vindo de mãos a abanar, nada disso, e comprei, em português, um livro que já me tinha deliciado a ler, em inglês: "A Primeira Aldeia Global", escrito pelo jornalista inglês Martin Page, editado pela "Casa das Letras".
Li-o no original em Luanda e deixei-o a uma Amiga. "Deixar", na nossa língua, dela e minha, quer dizer que o livro é dela e pode fazer o que quiser dele enquanto estiver na sua posse mas que quando eu o quiser reler, se ela ainda o tiver, vou buscá-lo e é meu. Recomendo-vos esta obra pela melhor das razões: faz-nos sentir bem como Portugueses. Aliás, o que o título quiser dizer é que, de facto, foram os Portugueses os criadores da primeira ideia global. Eles, nós, fomos, voltámos, levámos, trouxemos, matámos e morremos em todas as partes do mundo. E depois, se, de algum modo, nem sempre me revejo naquele português que ele vê, não posso garantir que não seja presunção da minha parte. Quero abrir-vos a curiosidade dizendo que a obra começa com Jonas, o da baleia, e manda a verdade dizer que, ao chegar, perguntei ao meu primogénito o que andava a ler e quando ele disse o nome em português não o reconheci logo como já lido.
Um pequeno excerto: "(Em 1582) No Japão, onde existia um comércio florescente, mercadores portugueses radicaram-se ali em tão grande quantidade que fundaram e construíram a cidade de Nagasáqui. Um dos seus mais importantes contributos foi dar a conhecer o mosquiteiro aos japoneses, que o passaram a usar com entusiasmo e efeitos comprovadamente benéficos. Criaram as primeiras fábricas de armas de fogo no Japão, para onde levaram o trabalho de fundição da Europa, as especiarias da Índia e a seda da China. Enriqueceram a língua japonesa com novos termos. Assim, por exemplo, "obrigado" tornou-se "origato" e o pão, que até então era desconhecido dos japoneses , ficou conhecido como "pan". Os portugueses introduziram o método de cozinhar peixe em tempura, continuando este a ser o fast food preferido no Japão."
A partir da página 166 à 170, um hino às criações culinárias devidas aos portugueses leva-me a sugerir que não leiam o livro quando estiverem com fome...
De outras inesperadas compras darei notícia próxima.
sábado, 12 de julho de 2008
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2 comentários:
anotado. beijos, pedrita
Ai, ai. Lá vai mais um título para minha lista interminável de livros "a ler"! Assim, precisarei de outra vida para ler tudo.
Denise
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