terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Filha Pródiga

A Parábola do Filho Pródigo sempre fez nascer em mim, desde muito nova, sentimentos contraditórios. Não sabia o que significava "pródigo" e o que li no dicionário não me ajudou a entender. Depois, a revolta do filho mais velho (eu também sou primogénita...) parecia-me, de todo, justificada. Por outro lado, sempre me tinha feito confusão que, nos contos tradicionais, a filha mais velha era sempre má e a mais nova sempre boazinha...
Bem, o facto é que, ainda hoje, bem preciso das sábias explicações de Frei Bento Domingues que, com toda a sua sabedoria, mal consegue convencer-me.
Tudo isto para explicar quanto devo a quem me tem entusiasmado a regressar à sombra desta árvore amiga, a Árvore da Amizade e Compreensão, onde nos encontramos e partilhamos alguns dos dons que recebemos.
Muitas vozes se têm levantado contra os blogues, twitters e facebooks, dizendo, entre outras palermices (para não dizer "alarvices") que são refúgio e reduto de solitários, tímidos, frustrados e cobardes. Engano puro, quase a 100% na minha opinião. Na verdade, não domino ainda o mundo do Facebook e do Twitter, mas mais porque não me quero dispersar.
Bem, estou de volta. Estou de volta para todos, inteira e solidária, mais velha e mais compreensiva, menos paciente talvez. Tive um ano inteiro para me preparar, tive muitas saudades de todos, mas a pulítica (esta é a palavra que escolho propositadamente) incomodou-me a tal ponto, e muito especialmente no que aos Professores diz respeito, que tive de fazer um retiro.
Faltou-me o contacto de todos, faltou-me a partilha, sentia-me emigrada e emigrante. Mas estava a ficar azeda e totalmente sem paciência.
Tenho-me dedicado a estudar Esperanto - não tão afincadamente como deveria- o que me tem chamado ainda mais a atenção para a língua portuguesa. Creio que ela será, neste ciclo que agora começo, o ponto fulcral das minhas escritas. Para reflectir, questionar, interrogar e interrogar-me. Vamos a isto?
PS (salvo seja!): Como estamos no Advento cristão, apetece-me pedir-vos que releiam a última entrada, de 8 de Dezembro de 2008 como se a tivesse escrito hoje. Em todos os sentidos. E ainda mais profundamente sentido. Boas Festas!