Este poste de hoje é um risco que vou correr e faço-o depois de ler um poste de uma Colega, Pessoa de Bem e que, como tal, tem o direito de pensar pela cabeça dela. Vou falar do que menciono em título mas desde já aviso que só vou dar a minha opinião pessoal. Portanto, que ninguém se ofenda, pois o meu objectivo é acalmar as pessoas que se sentem frustradas, tentar transmitir a Paz que Deus me dá.
Vou começar pela Igreja. A Igreja foi criada pelos homens, e é, portanto, o seu reflexo, com coisas boas e más. Não se pode admitir o que, ao longo da História, se fez em nome Deus e com o beneplácito claro ou tácito da Igreja: as Cruzadas, a Inquisição, a missionação de tantos povos, feita através de muito sofrimento e maldade. “Em nome de Deus te mato”, que enorme sacrilégio!
Mas não estou só a falar da Igreja Católica, refiro-me, claro, a todas as igrejas. Nos locais mais recônditos da Terra, em todos os estádios civilizacionais, adorando um Deus diferente mas sempre um Deus, os que se reclamam da intimidade com o divino não raro a têm usado para causar o Mal e o Sofrimento.
Bem, agora a Igreja Católica. Parece a que prevalece em Portugal. Não acredito: a maior parte dos que se dizem católicos só procuram a igreja (edifício e instituição) três vezes na vida e mesmo assim só uma vez vão por vontade própria: para o casamento. De resto, são levados para cumprir a tradição e serem baptizados e são levados quando morrem, por tradição e “por causa do que não se sabe...” Vale mais prevenir do que remediar.
Ora não há dúvida que o clero precisa de se actualizar. Afinal, tudo mudou e não podemos encarar as pessoas e as coisas com olhos velhos. Mas com uma ressalva, que é convicção minha: Deus é O que é, sempre, não muda no Seu Amor por nós e ponto final! Agora, os seus servidores, os padres, são humanos, coitados: podem ser pouco generosos, pouco humildes, pouco modestos, pouco competentes em relações humanas. Podem ser tudo o que os outros homens são. Não deveriam, mas podem sê-lo. E o único juiz que vejo como adequado e competente para os julgar será Deus e não nós.
Por exemplo, se eu fosse agnóstica ou ateia e recebesse uma carta a pedir-me que contribuísse para a sustentação do clero, mesmo que escrita de acordo com as normas de uma correspondência normal, sem acusações implícitas ou explícitas, eu responderia ao sacerdote a comunicar-lhe a minha posição perante o culto e solicitaria que, tendo tal informação em conta, agradecia que não me voltasse a contactar para o efeito. Se recebesse a carta que a Anabela recebeu, eu faria tudo isso mas acrescentaria, com muita caridade, a minha opinião de que não me parecia generoso estar a exigir explicações e muito menos a prestar “com modéstia e humildade”…
Mas, sendo católica, reconheço a importância do sacerdote e se quero que ele se entregue à sua missão em exclusividade, então é minha obrigação moral contribuir para o seu sustento e para ter um nível de vida no mínimo decente. Só isso me dá direito a esperar que ele esteja disponível para me ouvir, para se preparar para ser um bom sacerdote, para se actualizar. E para ajudar aqueles que não o podem sustentar. Ou então NÃO DIGO QUE SOU CATÓLICA. Mais: há muitas coisas que não sabemos (e nem é obrigatório que saibamos) sobre o destino que os padres dão aos emolumentos que recebem. Posso garantir.
Agora, falemos de Deus e dos Homens e Mulheres. São cada vez mais os que dizem não crer em Deus, não acreditar em Deus. São também cada vez mais aqueles que O procuram por caminhos variados. Aceito no meu coração uns e outros, sem a mais leve censura, que seria falta de Amor. Mas sinto-me tão feliz por acreditar! Que bom é acreditar neste Deus Bom, todo Amor, que me conhece desde o princípio de tudo, que sabe quantos são os cabelos da minha cabeça, que me dá inteira liberdade para viver e que espera que eu aja de maneira a que Ele não se envergonhe de mim! Que bom é conhecer este Deus que perdoa sempre, que lê no mais profundo da minha alma imortal, que me dá Consolo nas dores e Esperança quando todos os caminhos se parecem fechar para mim!
Posto isto, terminemos com a frase um tanto enigmática de Cristo: “A César o que é de César e a Deus o que é de Deus” ou “ A côngrua ao Padre que a merece e os impostos às Finanças…”
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
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