segunda-feira, 16 de junho de 2008

O que se faz em prisão domiciliária...

Aqui estou eu quase a 100%...Falta o quase.


Estive sem Internet 54 horas e parecia que me encontrava em prisão domiciliária… Ademais, o fim-de-semana, agora que nem até à praia posso ir, ficou longoooooooooooo! Deu tempo para pensar, para tomar decisões.
O meu pé ainda não pode pousar no chão mas a cicatrização da fractura está a bom ritmo, consegui colocar a minha secretária, na casa nova, de maneira que vejo um pouco de mar, não faltam visitas, enfim, tudo segue o seu caminho.
Amanhã, dia 17, começo a trabalhar normalmente mas sentada numa cadeira e todas as peças começam a encaixar nos respectivos espaços
Comecei a pensar no que é ser Professor hoje, na primeira década do séc. XXI. Ser Professor, sem as normas ministeriais, já era uma Profissão muito especial. Ser Professor não exige normas, nem papelada. Significa querer e gostar de o ser. Pena que nem sempre todos os que exerceram esta Profissão a tivessem visto e sentido assim. Porque, meus Amigos, a Escola nem sempre foi “risonha e franca”.

Mas não são as leis, não são as condições, não são os equipamentos, de per si, que a fazem risonha e franca. Somos nós, os Professores. E será que o poderemos fazer sempre? Não, claramente. Primeiro, porque nem todos temos essa capacidade. Depois, porque a matéria-prima com que lidamos, os Alunos, nem sempre está preparada para acreditar que a escola pode ser assim. Pois se a sua casa o não é, se os seus pais os não estimam, se se sentem uns fardos sem préstimo nem futuro, como acreditar que a Escola pode ser um espaço especial? Felizmente alguns têm o privilégio de encontrarem uma escola risonha e franca, de a aceitarem como um abrigo. São os que à sexta-feira à tarde demoram mais a arrumar as coisas, que nunca falam das férias, que acham os fins-de-semana compridos.
Estive durante esta clausura a ler um livro que me impressionou. Essa obra, destinada a Executivos (?!) apresenta-nos a nós, Professores, como líderes naturais e necessários. Explica que raramente se nasce líder mas que, graças a Deus, se pode aprender a sê-lo. Diz que liderança não é automaticamente autoridade ou poder: é influência. E que temos que ser líderes porque estamos a formar pessoas. Não deveríamos ter que ser só nós a ter essa responsabilidade, mas tem que ser. Haveríamos de poder contar com os pais, os políticos, os chefes religiosos. Mas nós somos os que estão mais próximo dos jovens. Até porque a geração dos pais dos nossos alunos não teve, salvo as excepções da praxe, quem os influenciasse para construir o carácter.

Por isso, e citando o autor da obra em causa, “observo demasiados pais a quererem ser os “melhores compinchas” dos filhos, esforçando-se por lhes satisfazerem os seus infindáveis desenhos, em vez de lhes proporcionarem a liderança de que precisam, liderança que lhes dá limites, amor, retorno e disciplina de que as crianças tanto carecem para serem o melhor que puderem. Vejo pais mais preocupados em mimar e inundar os filhos de bens materiais que eles não tiveram na sua infância do que em lhes dar as coisas importantes que receberam de seus pais”.
Vou continuar um dia destes. A obra chama-se "Lições para Executivos", tem o inesperado subtítulo de “Como aprender a servir para liderar" e é de um senhor chamado James C. Hunter
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As minhas flores de maracujá




Beijos de mulata

Estas florinhas chamam-se "beijos de mulata" e, no Brasil, ouvi chamarem-lhes "maria sem vergonha", porque nascem em qualquer lado. É a beleza do Senhor em todos os caminhos...