sábado, 26 de julho de 2008

Ser ou não crente

Ontem mostrei como um Pai mostrou ao filho o que era a verdadeira coragem. Hoje, se me permitem, quero falar de Amor. Por causa de Deus.Por causa dos deuses. Por causa do Medo. Por causa da Esperança.
Hoje há uma ideia de que a Fé, a religiosidade, pela menos a católica, está a decrescer. O Homem, se acredita em alguma coisa, dizem, acredita em si próprio. Há também, trazida pelos media, a ideia de que religiões como o islamismo por uma lado e religiões orientais, como o budismo e o hinduismo, estão a seduzir cada vez mais pessoas.
Não contesto nem confirmo nenhuma destas ideias. O que eu sinto é que, apesar de tudo, as pessoas procuram Deus. Procuram-n'O nos lugares mais estranhos, mas procuram-n'O. Porque eu sinto que a nossa vida precisa de Deus como meta e farol.
Há muitas pessoas que dizem que a Igreja é que estragou a Fé. Ora, quando dou catequese, a primeira coisa que digo aos meninos é que a Igreja que nos interessa não é aquele edifício feito de pedra, de barro, de paus e folhas secas. Isso é uma casa, que, mais tarde, pode servir para outra coisa qualquer. A Igreja são os cristãos todos juntos. Mas, entre adultos, ouso ir mais além: a Igreja é o conjunto de todos os Homens e Mulheres de Boa Vontade que vivem de acordo com a verdadeira consciência, a ética, a solidariedade.
A Igreja tem afastado crentes por ser constituída por homens e mulheres que, humanos que são, fraquejam. Ora eu não acho que nos devamos afastar daquilo em que acreditamos porque outros fazem mau uso disso. Cada um é livre, pois Deus fez-nos livres de escolher como agir e viver.
Portanto, quando ouço dizer a alguém que não é crente, não acredito à primeira. E, em 80% dos casos tenho razão: as pessoas já crêem nessa altura, já andam preocupadas com Alguém que lhes faz falta para as preencher completamente. Já andam à procura sem o saberem.
É claro que também há os deuses: o dinheiro, a fama, o orgulho, o poder, só para citar os mais conhecidos.
Mas todo aquele que não deseja mal, que não faz mal, que respeita os outros, que os ajuda se e quando necessário, que está presente sempre que é preciso, que é capaz de partilhar o que é seu com outros (seja riqueza, conhecimento, sentimentos), esse é crente. Esse é um ou uma entusiasmada pela Vida, pelo Outro, pela Terra. E esta palavra quer dizer, etimologicamente, "ter o deus em si".
É claro que temos o outro lado da questão - o que diz: eu sou crente mas não vou à Missa. E por que não? É um sinal público de que se crê. Porque Jesus disse que Ele estaria onde estivessem dois ou mais reunidos em Seu nome. E quem estiver sozinho? Não se preocupe. Afinal, eu estou convencida (Deus me perdoe) que as igrejas se enchem de gente sem Fé, sem Esperança, sem Amor. Por hábito. Por vista. O que interessa é que façamos o que façamos, o façamos com convicção e Amor.
Deus, o meu Deus, que é o de toda a gente, não é uma Pessoa. É Amor. É Alegria. É Compaixão. Deus é uma Festa contínua, mesmo quando sofremos, porque conseguimos ver algum objectivo no nosso sofrimento.
Ele conhece-nos a todos, um por um. Ama-nos tanto que colocou entre nós o Seu Filho Deus, Jesus Cristo. O que fez Jesus de extraordinário? Milagres? Não, Jesus nem sequer gostava de fazer milagres. Ele pedia que não os contassem a ninguém. Jesus viveu em Verdade. Viveu e morreu como um Homem, com a única diferença de que achava que todos eram dignos de Amor. E que o Amor era para se mostrar, fazendo, agindo e não simplesmente rezando.
Portanto, meus Amigos que dizeis que não sois crentes, como agis de acordo com os principais mandamentos - de facto, só há um: amai -vos uns aos outros - sois crentes. O que, não tendo eu nada com isso, me faz feliz. Porque talvez eu me torne mais capaz de me encontrar um dia com todos os que amei num lugar de infinita Alegria e Paz. Desculpem a homilia.
PS. Sei que corro riscos, mas isso é um risco de quem tem Fé e a quer mostrar. E um dia destes, vou dizer-vos o que penso da deserção do encontro dominical...

Receitas prometidas, porque o prometido é de vidro...


Não precisam de legenda, pois não?

Então, como o prometido é de vidro e não quero que se quebre, aqui vai o meu bolo de cenoura (que geralmente faço num tabuleiro e não numa forma redonda):
Ingredientes:
1/2 chávena (chá) de óleo
3 cenouras médias raladas na varinha mágica
3 ovos
1 chávena e meia (chá) de açúcar
2 chávenas (chá) de farinha de trigo
1 colher (sopa) de fermento em pó só rasa, isto é, mal cheia.

Como se faz:
Antes de mais nada, barra-se um tabuleiro ou forma com manteiga e salpicado de farinha e liga-se o forno a 180º.
1. Bate-se tudo no liquidificador, primeiro a cenoura com os ovos e o óleo, depois os outros ingredientes, um a um, misturando tudo, menos o fermento.
2. No fim, junta-se o fermento, misturando-o com uma colher de pau autorizada pela ASAE;
3. Vai ao forno pré aquecido (l80ºC) durante 40 minutos. Se for em tabuleiro, como é mais baixo, é melhor verificar pelo método científico do palito a partir dos 30 minutos.
Cobertura:
Esta cobertura é uma perdição e raramente me permito fazê-la cá em casa por causa das curvas mas é óptima!!!
Derreto uma tablete de chocolate no micro-ondas, depois despejo e mexo, ao mesmo tempo, uma lata de leite condensado magro, até estar tudo bem homogéneo e cubro o bolo. Depois contem-me!
Bolinhos de chuva
Os bolinhos de chuva, nome brasileiro, são os conhecidos belhós da Beira Litoral, que se fazem num instante, especialmente quando aparece alguém e estamos desguarnecidos...
Eu faço assim: uma chávena grande de farinha de trigo já com fermento, 2 duas boas colheres de leite em pó, 2 colheres de açúcar, 2 ou 3 ovos, raspa de limão. Misturo tudo com um garfo ou batedeira e acrescento a água ou leite necessário para ficar uma massa fluída e a fazer bolhas. É muito rápido. Depois, frito às colheradas, deixo escorrer e polvilho com açúcar e canela.
Estes eram os meus presentes no Ofertório em espécie para os meus queridos padres italianos.
Bom apetite.
Ainda cá hei-de voltar hoje, se o Senhor quiser, mas com uma receita de Deus.