Era uma vez uma Pessoa que descobriu que não poderia viver sem Amor (talvez porque soubesse o que era). Mas ela tinha Amor à sua volta: dos Filhos, dos Amigos, e ainda de tanta outra gente que ela já não sabia destrinçar se eram Filhos, se Amigos. Mas faltava-lhe alguma coisa: a Escola, especialmente uma Escola viva e, de uma forma quase dolorosa, o convívio com os jovens, os Alunos.
Faz o que pode para colmatar esse vazio e uma das vias que usa é visitar a sua última Escola. Lá, sem o saber, recebeu um presente imenso: disseram-lhe que “se fosse ao terrear era capaz de encontrar gente com as preocupações dela”. E até iria encontrar muitas grelhas de avaliação, porque o José Matias Alves (“lembras-te?”, perguntaram-lhe então) era o “dono do blogue”. Bem, a necessidade das grelhas não vem ao caso, até porque não tem nada a ver com Professores.
E essa vossa Amiga foi ao terrear e apaixonou-se por uma quantidade de gente: primeiro, o Zé, que conhecia, mas superficialmente, de outras guerras. Depois, em catadupa, a Fátima André, o Raul do Sorriso Imenso, a Anabela do Tâmega, a Teresa do Lindo Nome, o Existente Instante, a Isaura das partilhas, a Renard que a vê lendo-a, a Teresa de Dusseldorf, a Elsa do retrato sinestésico, a Rosário que perdeu o ânimo (momentaneamente, espera-se) e até, sempre com tanto gosto, o cumpadre do Oeste. E depois, quando notou que poderia estar a perturbar os blogues por onde se andava a aninhar, ela resolveu criar o seu próprio blogue.
Essa Mulher feliz sou eu, a mesma menina que não teve a boneca que pediu no seu primeiro Natal. O que só prova que tudo pode mudar para melhor (Zé, esta conclusão é para juntar à tua parábola dobre a justiça da Justiça). Mas é para todos que estou a escrever. É a todos que quero agradecer a porta que abriram para eu entrar, as boas vindas com que fui recebida, as vossas palavras sempre embaraçosamente gentis. Como já disse à Isaura, o meu corpo, objecto físico, vai partir, mas o meu espírito, múltiplo e infinito porque é uma chispa do Espírito que o criou, fica convosco mesmo indo comigo.
Vou ter, certamente, menos tempo para reflectir e partilhar as minhas reflexões convosco. Ou não… Afinal, nada é definitivo! Mas vou ver-vos todos os dias, vou sentir-me não só a Amiga mas também a orgulhosa Mãe, Irmã, Avó (lembremo-nos dos Corações Adolescentes do Raul e especialmente da Vera e também do Maracujá da Anabela), de todos vós. E Colega, mas assim mesmo, Colega, com letra grande. A sentir as vossas alegrias, tristezas e angústias
Quero deixar-vos uma mensagem de Esperança. Aliás, quero devolver-vos, acrescentada, a Esperança na Educação que me deram e que tão profundamente vos agradeço. As coisas estão feias, reconheço. As dificuldades são muitas, não duvido. As deserções doem, eu sei. A falta de reconhecimento pela função do Professor é injusta, sinto-o na minha carne também.
Mas, mesmo assim, eu julgo que os Professores são a última Esperança deste Portugal que se estilhaça em coisas mesquinhas. Nós, Professores, nunca usámos a força que temos, em comunhão (como no dia dos 100.000) para revolucionar. E precisamos de ser revolucionários. Não só por uma Avaliação justa. Não só por nós, mas pelos nossos jovens, todos, mesmo os que nos desesperam (esses mais do que ninguém), pelos que não têm maneiras, pelos que são grosseiros, violentos, indiferentes.
Vocês todos, aqui nomeados, são a minha Esperança no Futuro dos meus netos. E esse é, para mim, o melhor elogio que vos posso deixar.
Um abraço apertado da Avó Pirueta.
PS. Por me orgulhar disso, aqui vos mando mais alguns nomes por que sou conhecida: Mãe Bom-Dia, Mãe Descomplica, Irmã. São só alguns…
sexta-feira, 9 de maio de 2008
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