sábado, 12 de julho de 2008

Uma história pequenina

De cor, vou lembrar uma história que me chegou há anos às mãos, em pps, via e-mail. Só que eu ainda não sei fazer essas habilidades e então vou contar:
Era uma vez dois homens, na flor da idade, árabes, que iam fazer uma longa viagem juntos para tratar de um negócio. Cada um no seu camelo, iam conversando e, no meio de uma conversa, um deles irritou-se e deu uma bofetada ao Amigo.
O Amigo desceu do camelo, pegou num pauzinho, e escreveu na areia "Hoje, o meu melhor Amigo deu-me uma bofetada". Voltou a subir para o camelo, sem uma palavra e, tempos depois, encontraram um rio daqueles tumultuosos e efémeros que aparecem no deserto. Os dois lançaram-se à água mas o que tinha levado a bofetada começou a ser arrastado pela corrente e o Amigo salvou-o.
Sempre calado, o Amigo salvo começou a gravar numa pedra: "Hoje, o meu melhor Amigo salvou-me a vida!"
E o salvador perguntou: - Por que escreveste na areia quando te bati e estás aí a gravar na pedra que te salvei?
- Porque nós devemos escrever as ofensas na areia para que um simples golpe de vento as faça desaparecer mas gravar na pedra as coisas boas, para que perdurem para sempre.

Sem comentários mas com um desejo muito profundo: Quem me dera que eu soubesse reagir sempre assim!

Pública notícia

Lá fui aos livros. E tenho de voltar porque, com grande pena minha, nem o meu pé aguentou muitas horas sem doer um pouco (e preferi que ficasse por ali a dor, em vez de medir forças com ela) nem encontrei, na livraria onde fui, o que queria, na sua grande parte. O que não quer dizer que tenha vindo de mãos a abanar, nada disso, e comprei, em português, um livro que já me tinha deliciado a ler, em inglês: "A Primeira Aldeia Global", escrito pelo jornalista inglês Martin Page, editado pela "Casa das Letras".
Li-o no original em Luanda e deixei-o a uma Amiga. "Deixar", na nossa língua, dela e minha, quer dizer que o livro é dela e pode fazer o que quiser dele enquanto estiver na sua posse mas que quando eu o quiser reler, se ela ainda o tiver, vou buscá-lo e é meu. Recomendo-vos esta obra pela melhor das razões: faz-nos sentir bem como Portugueses. Aliás, o que o título quiser dizer é que, de facto, foram os Portugueses os criadores da primeira ideia global. Eles, nós, fomos, voltámos, levámos, trouxemos, matámos e morremos em todas as partes do mundo. E depois, se, de algum modo, nem sempre me revejo naquele português que ele vê, não posso garantir que não seja presunção da minha parte. Quero abrir-vos a curiosidade dizendo que a obra começa com Jonas, o da baleia, e manda a verdade dizer que, ao chegar, perguntei ao meu primogénito o que andava a ler e quando ele disse o nome em português não o reconheci logo como já lido.

Um pequeno excerto: "(Em 1582) No Japão, onde existia um comércio florescente, mercadores portugueses radicaram-se ali em tão grande quantidade que fundaram e construíram a cidade de Nagasáqui. Um dos seus mais importantes contributos foi dar a conhecer o mosquiteiro aos japoneses, que o passaram a usar com entusiasmo e efeitos comprovadamente benéficos. Criaram as primeiras fábricas de armas de fogo no Japão, para onde levaram o trabalho de fundição da Europa, as especiarias da Índia e a seda da China. Enriqueceram a língua japonesa com novos termos. Assim, por exemplo, "obrigado" tornou-se "origato" e o pão, que até então era desconhecido dos japoneses , ficou conhecido como "pan". Os portugueses introduziram o método de cozinhar peixe em tempura, continuando este a ser o fast food preferido no Japão."
A partir da página 166 à 170, um hino às criações culinárias devidas aos portugueses leva-me a sugerir que não leiam o livro quando estiverem com fome...
De outras inesperadas compras darei notícia próxima.