Perto de partir
partida em pedaços
como sempre
querendo ficar e ir
recusando os abraços
porque fazem doer o coração.
Perto de chegar,
com alma a contar cada segundo
com um sorriso a imaginar
a chegada a esse meu outro mundo.
Partida de Afectos,
carrregada de carinhos
a pensar nos meus maravilhosos netos
e nestes que aqui deixo em seus caminhos.
Cada dia é um dia a menos e um a mais
assim divido a alma, o coração e a vontade
de sempre partir sem chegar jamais
por um milagre que me dê ubiquidade.
Mas só o nosso S. António, que eu saiba
foi capaz tal façanha sem igual
portanto na outra quarta-feira
contem aí comigo em Portugal.
(E mato alguém que se atreva a chamar Poesia a este brincar com as palavras!)