quarta-feira, 18 de junho de 2008

Diferenças essenciais



Hoje li um poema sobre a
Palavra no blogue sletras.


Resolvi, num momento de maior descontracção, fazer uma brincadeira com palavras. Para que se perceba que uma coisa é Poesia (o que a Isabel Cabral publicou) e outra coisa é rima (que é o que vos dou a seguir). Não quero dizer que enjeito o que escrevi. Quero só que se sinta a diferença. Porque nem todos os versos são Poesia.
Palavras, armas mortais
Palavras de salvação
Palavras, golpes fatais,
Palavras, doce ilusão.

Palavras, luzes no escuro,
Palavras, noite cerrada
Palavras que fazem muro
Palavras que dizem nada.

Palavras que dizem tudo,
Palavras que tudo calam
Palavras de um mundo mudo
Palavras que tudo falam.

Palavras que fecham portas
Palavras que abrem caminhos
Palavras quais folhas mortas
De que se tecem os ninhos.

Palavras, pedras, cristais
Penas, folhas e flores,
Cansadas, gastas, banais,
Jovens, falando de Amores.
Palavras, sempre palavras,
moldáveis, duras, tristonhas.
Palavras, sempre palavras,
simples, frágeis e risonhas.



A minha citação de Karl Popper


Esta, sim, é a minha citação preferida de Karl Popper. Lá a fui pedir, pela enésima vez, a ccz. Que tem uma paciência de santo...
"Penso que só há um caminho para a ciência ou para a filosofia: encontrar um problema, ver a sua beleza e apaixonar-se por ele; casar e viver feliz com ele até que a morte vos separe - a não ser que encontrem outro problema ainda mais fascinante, ou, evidentemente a não ser que obtenham uma solução. Mas, mesmo que obtenham uma solução, poderão então descobrir, para vosso deleite, a existência de toda uma família de problemas-filhos, encantadores ainda que talvez difíceis, para cujo bem-estar poderão trabalhar, com um sentido, até ao fim vossos dias".
Karl Popper

Em tempo de Primavera, até os cardos dão flor...


Aqui de longe, que é de onde às vezes se vê melhor, gostaria de fazer algumas perguntas à Senhora Ministra da Educação. Espero que ninguém leia mais do que aqui vai: questões simples, de uma Mulher a outra Mulher. Que, pelo menos a partir do que é do domínio público, têm bastante em comum em termos de vivências de crescimento.
1. A Senhora tem, de facto, um grande Plano de mudança para a Educação?
2. Como, quando e com quem concebeu esse Plano?
3. Já pensou que é nos Professores que o País deposita o Futuro?
4. Quando assumiu o Ministério da Educação^, qual era a sua opinião sobre os Professores?
5. A Senhora tem algum preconceito, ideia feita ou descrença relativamente aos Professores?
6. Na sua opinião, ser Professor é uma profissão como outra qualquer?
7. Infelizmente, vejo-me obrigada a concordar com uma prova de admissão para avaliar os conhecimentos de um professor, à entrada. Mas a Senhora acredita que existe algum exame capaz de medir a vocação, a criatividade, a disponibilidade, o Amor que é necessário para se ser Professor?
8. E daí, é capaz de conceber a ideia de que o sistema de avaliação que mandou aplicar lhe vai permitir separar o trigo do joio?
9. Já lhe passou pela cabeça que o simples facto de, à partida, um Professor ter a certeza de que atingir ou não o topo da carreira não terá nada a ver com a qualidade do seu trabalho é altamente desmotivante?
10. Admite que só os mártires sofrem com gozo e alegria para merecer um prémio que não é deste Mundo?
11. Quando decidiu que os Professores deveriam ficar mais tempo na Escola (afinal, os outros funcionários também trabalham 35 horas por semana...), pensou no trabalho que dá preparar as lições, a necessidade de espaços próprios e de materiais e equipamentos para o fazer?
12. Faz alguma ideia de quanto é preciso para preparar aulas que sejam lugares de aprendizagem viva, activa, partilhada, rica, desejada e não um longo tédio?
13. Acredita que hoje em dia é possível, em Portugal, alguém ensinar ou aprender apenas a partir de um manual qualquer, apesar dos malabarismos editoriais e da parafernália de “acompanhamentos”?
14. Na sua opinião, as normas, regras e determinações que nascem do Ministério a toda a hora, como pãezinhos quentes a sair das inúmeras padarias por aí espalhadas, vão ter alguma utilidade a não ser gastar papel, dar mais trabalho aos professores e afagar o ego dos seus criadores?
15. Senhora Ministra da Educação, por que será que há tão grande quantidade de professores destacados, no Ministério e em todos os cantos onde se aninham departamentos a ele ligados, em vez de estarem nas Escolas a trabalhar para saberem como é?


Também gostaria de lhe perguntar se a Senhora dorme bem, se se sente realizada, mas acho uma indelicadeza da minha parte e eximo-me de o fazer. Sei que não responderá, mas já me sentiria feliz se soubesse que se põe, a si mesma, estas questões.
Respeitosamente, Maria do Carmo Cruz