Meu Querido Menino Jesus,
Desculpa vir alterar a pacatez desta fase do ano, em que faltam ainda 7 meses para Te celebrarem de uma forma que não acredito ser do teu agrado, mas és a minha última esperança. Sei que deves estar admirado por receber uma carta… Afinal, agora a maior parte das crianças nem sabe que Tu nasceste entre os homens, que mamavas no seio de Tua Mãe, dormias e choravas, um bebé como os outros. E que viveste até aos 30 anos como os outros judeus, trabalhando, rindo e sofrendo, até ao momento em que decidiste receber o Baptismo de João, foste para o deserto meditar e começaste a pregar o Amor como única Lei. Eles não sabem que nasceste da forma mais humilde imaginável, de acordo com os quatro Evangelhos e a visão que S. Francisco de Assis, o Louco de Deus, teve desse momento, ao criar o presépio. Agora só sabem de um velhinho bonacheirão, vestido de vermelho e que viaja num trenó puxado por sete renas, a quem chamam o Pai Natal. Sem desprestígio para o pobre e generoso Bispo Nicolau, que muitas vezes se deve lamentar no Teu ombro por tanta loucura, bem sabes que é apenas mais uma americanice. Tem paciência. Também Te digo que, se calhar, é uma sorte: como algumas crianças agora são educadas a quererem tudo sem esforço, acho, meu Bom Jesus, que até a Ti faltaria a paciência para tantos e tão desenfreados pedidos.
Menino Jesus, resolvi escrever-te porque sinceramente só em Ti posso ver alguma esperança para receber aquilo que Te quero pedir. Nada de concreto, em espécie ou substância, mas Tu és, precisamente, o Mestre capaz de dar o que precisamos. És o Único, aliás. Porque, meu Menino, eu quero pedir-Te bastantes coisas, mas para Portugal. Se puderes dar o que para nós peço, alguma coisa me há-de chegar a mim.
Então, deixa-me lá fazer a minha lista e não Te admires se achares que junto no mesmo saco coisas importantes com outras que o podem parecer menos. Mas também Tu soubeste receber com igual coração tanto os cordeirinhos, o leite e os queijos dos pastores como o ouro, incenso e mirra dos Magos.
Olha, para começar, Senhor, precisamos de brio. Sabes que descobri que há muita gente que não sabe sequer o que é que significa “brio”? Descobri-o, porque tenho a mania de dizer muitas vezes, especialmente àquelas pessoas que nem para aquecer querem trabalhar, que “quem tem brio, não tem frio”. Coisas que se diziam dantes, quando ainda andavas pelo mundo. Precisamos de brio, pois, de uma boa porção de amor-próprio, de muito amor pelos outros. Isso sei eu que nos podes dar, pois Tu és o Amor em si mesmo: “Não há maior Amor do que dar a vida pelos Amigos”.
(Se não Te importas, interrompo aqui, porque tenho ali uns jovens que precisam de saber lidar com a Dor. Podes dar-me uma ajudinha?)
Desculpa vir alterar a pacatez desta fase do ano, em que faltam ainda 7 meses para Te celebrarem de uma forma que não acredito ser do teu agrado, mas és a minha última esperança. Sei que deves estar admirado por receber uma carta… Afinal, agora a maior parte das crianças nem sabe que Tu nasceste entre os homens, que mamavas no seio de Tua Mãe, dormias e choravas, um bebé como os outros. E que viveste até aos 30 anos como os outros judeus, trabalhando, rindo e sofrendo, até ao momento em que decidiste receber o Baptismo de João, foste para o deserto meditar e começaste a pregar o Amor como única Lei. Eles não sabem que nasceste da forma mais humilde imaginável, de acordo com os quatro Evangelhos e a visão que S. Francisco de Assis, o Louco de Deus, teve desse momento, ao criar o presépio. Agora só sabem de um velhinho bonacheirão, vestido de vermelho e que viaja num trenó puxado por sete renas, a quem chamam o Pai Natal. Sem desprestígio para o pobre e generoso Bispo Nicolau, que muitas vezes se deve lamentar no Teu ombro por tanta loucura, bem sabes que é apenas mais uma americanice. Tem paciência. Também Te digo que, se calhar, é uma sorte: como algumas crianças agora são educadas a quererem tudo sem esforço, acho, meu Bom Jesus, que até a Ti faltaria a paciência para tantos e tão desenfreados pedidos.
Menino Jesus, resolvi escrever-te porque sinceramente só em Ti posso ver alguma esperança para receber aquilo que Te quero pedir. Nada de concreto, em espécie ou substância, mas Tu és, precisamente, o Mestre capaz de dar o que precisamos. És o Único, aliás. Porque, meu Menino, eu quero pedir-Te bastantes coisas, mas para Portugal. Se puderes dar o que para nós peço, alguma coisa me há-de chegar a mim.
Então, deixa-me lá fazer a minha lista e não Te admires se achares que junto no mesmo saco coisas importantes com outras que o podem parecer menos. Mas também Tu soubeste receber com igual coração tanto os cordeirinhos, o leite e os queijos dos pastores como o ouro, incenso e mirra dos Magos.
Olha, para começar, Senhor, precisamos de brio. Sabes que descobri que há muita gente que não sabe sequer o que é que significa “brio”? Descobri-o, porque tenho a mania de dizer muitas vezes, especialmente àquelas pessoas que nem para aquecer querem trabalhar, que “quem tem brio, não tem frio”. Coisas que se diziam dantes, quando ainda andavas pelo mundo. Precisamos de brio, pois, de uma boa porção de amor-próprio, de muito amor pelos outros. Isso sei eu que nos podes dar, pois Tu és o Amor em si mesmo: “Não há maior Amor do que dar a vida pelos Amigos”.
(Se não Te importas, interrompo aqui, porque tenho ali uns jovens que precisam de saber lidar com a Dor. Podes dar-me uma ajudinha?)
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