segunda-feira, 5 de maio de 2008

Gostei!

Hoje fui ao meu Centro de Saúde pedir um atestado de robustez física. Fui aprovadíssima, graças a Deus. Este atestado, com outra documentação de que ando a tratar, talvez (um talvez muito talvez) me livre de andar sempre em viagem, isto é, me permita permanecer mais tempo legalmente nas minhas Áfricas. Eu compreendo as razões destas leis da emigração: é claro que é suspeito uma velhinha como eu andar sempre a correr para o consulado… Outro dia, um outro “freguês” que esperava também a vez e já me conhecia da sala, perguntou-me, penso que (não juro) a brincar: “Você faz contrabando de quê?” e aquele diabinho bom que tenho respondeu imediatamente: “Olhe, de petróleo! Levo para lá um garrafão cheio de água e trago-o cheio de petróleo!”
Bem, mas o que interessa é que enquanto estive à espera de vez no Centro de Saúde, limpo, com duas funcionárias pacientes, li o jornal E consolei-me! Nas páginas 22 e 23 do Público, Avelino Leite, delegado regional do Norte do IEFP, diz ali umas verdades como punhos! (Por que se dirá isto? Gostaria de saber!) Ele atreve-se a dizer que é preciso levar os jovens a optar pelas profissões tradicionais. Não está a dizer para os nossos jovens irem como aprendizes praticar para serem carpinteiros ou sapateiros, como os seus Avós. E farta-se de dar exemplos concretos. É claro que fala dos cursos intermédios, mas com uma sólida base de formação académica. Que possa servir de lastro se e quando, no futuro, o jovem quiser ir mais adiante. Recomendo.
Depois, o Director, José Manuel Fernandes, no seu editorial (página 42) “Finlândia, Portugal ou como nunca aprendemos o essencial”), bem, esse deu-me um certo gozo, porque até parece que leu o meu poste do dia 1, a carta que mandei à Senhora Ministra. Mas já ontem, nas Cartas ao Director, uma Professora de Setúbal tinha arregaçado as mangas e dito umas verdades muito bem ditas. Baseada em factos que seriam cómicos se não fossem trágicos.
Ouvi dizer que os ministros têm, entre os assessores, um ou alguém à sua responsabilidade, que lhes dá conta do que os jornais dizem a respeito de cada Ministério. Será verdade? Há censura prévia na selecção para não incomodar Suas Excelências? Começo a duvidar de que o tal cargo exista… ou de que não haja censura prévia…

1 comentário:

Fátima André disse...

Carmo,
Venho desejar-lhe as maiores Felicidades lá pelas "suas Áfricas". Sabe que um dia eu sonhei ser missionária? E sou missionária, mas no meu país. No auge dos meus 20 anos achava que para ser missionária era preciso ir para África... aos poucos fui percebendo que podia sê-lo aqui tão perto... mas não perdi o sonho de fazer, um dia, uma missão por essas paragens... um dia :)