sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Partilhar as coisas boas

Ontem esqueci-me de informar quem me lesse quais os meus objectivos com este regresso à blogosfera. Embora sem grandes ilusões sobre o a importância que as minhas palavras possam ter, gostaria que este espaço fosse um local onde eu pudesse comentar o nosso dia-a-dia, falar de projectos em que a acção de cada um pode fazer a diferença, partilhar experiências.
Vamos por aí, hoje: partilhar ideias e opiniões sobre livros.
Sei que Livros e Amigos não se recomendam. Às vezes, só por isso, se perdem ambos... Mas o que seria a Vida sem riscos?
Para começar, falarei de "Jesus Hoje", de Albert Nolan, Edições Paulinas. É uma obra desempoeirada, que me fala de um Jesus que eu sabia que existiria mas de que pouco tinha ouvido falar. Foi um choque encontrar um livro destes escrito por um Católico. Ando a lê-lo e a relê-lo há dois anos. Levo-o para todo o lado onde tenha que esperar. Não dou pela passagem do tempo. E encontro sempre um Jesus Renovado e Inspirador.
Outra obra que me surpreendeu foi "A Independência de uma Mulher", de Colleen McCullough, a autora de "Pássaros Feridos", entre outras obras imperdíveis. Inesperado. Lembram-se da Menina Elizabeth Bennet, que casa com o Senhor Darcy, em "Orgulho e Preconceito"? Lembram-se de que Jane Austen nos garantia que eles seriam felizes para sempre? Pois Colleen McCullough acha que não foi bem assim...
"Indignação", de Philip Roth, na minha opinião, deve ser lido sem nenhum lamiré. Porque assim poderemos ler duas obras pelo preço de uma: a primeira vez, sem ideias nenhumas e depois, quando já se sabe o que aconteceu.
"As Serviçais", de Kathryn Stockett, só me merece um adjectivo: FABULOSO! Fazendo-nos Recordar "Não Matem a Cotovia", de Harper Lee, localiza a acção em 1963, num estado amricano sulista e é uma história que não se consegue pôr de lado.
Por fim, e outra vez, "501 Dicas para Professores", de Robert D. Ramsey. Não é nada mais do que isso - 501 dicas para Professores. Mas ainda hoje ando com ele atrás de mim para me inspirar.
Por hoje é tudo. Não há fartura que não dê em fome e vice-versa, é claro...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Pessoas que nos fazem melhores

Depois de quase um ano de ausência, voltei. Espero ter voltado para ficar.
Bem, quero recomeçar com um pouco de coisas boas. Por exemplo, falando do almoço que foi oferecido à Paula Aires Pereira, na Filipa de Vilhena, no dia 1. Não vou falar dela, da Paula. Quem a conhece, sabe. Quem não a conhece, não ficaria a saber mais, porque não seria possível fazer-lhe justiça em palavras.
Acontece que "botei palavra" e contei algo que gostaria de escrever aqui, até porque algumas pessoas então presentes estariam interessadas em voltar a ter acesso ao que disse.
Como os que me conhecem sabem, tive a sorte de nascer pobre e a felicidade de ser criada numa casa onde se compravam livros ao quilo para usar com o papel de embrulho. Li tudo o que pude antes de os livros seguirem o seu destino inexorável a embrulhar açúcar, cafe, massa de tomate, arroz, etc. Sempre com um aperto no coração.
Um dia, teria eu os meus 10 anos, ( e já se passam quase mais 60) li algo num exemplar das Selecções do Reader's Digest que nuna mais esqueci. Foi essa pequena estória que usei para fazer o elogio da Paula. Aqui a partilho:
Uma senhora americana de origem índia trabalhou durante alguns anos a limpar a casa de uma família, até que um dia, com muita pena, os patrões tiveram que lhe dizer que tinham de prescindir dos seus serviços, porque não podiam pagar-lhe. Ela lamentou e disse-lhes, à despedida:
-Queria agradecer-vos, porque foi muito bom para mim trabalhar aqui. Gostei sempre mais de mim quando estava convosco.
Que enorme elogio!
Pois foi isso que senti com a Paula: ela tem essa extraordinária capacidade de puxar para fora o que temos de melhor. Também eu gostava mais de mim quando trabalhava com ela!.
Paula, obrigada por tudo o que me deste e, especialmente, por me teres feito gostar de mim.
Que Deus te abençoe.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O que é que se passa connosco?

Acabo de ver o Telejornal e estou um tanto abalada. Não sei até que ponto o meu espírito natalício me ajudará a ter compreensão para duas notícias que me tocaram. Depois de ter visto o Presidente Lula da Silva discursar em Português na Cimeira do Clima em Copenhaga, vi, logo a seguir, o Primeiro Ministro português falar em inglês. Fiquei envergonhada! E, daí a pouco, ouço que o hino da selecção portuguesa para o Campeonato Mundial de 2010 é uma música dos Black Eye Peas! Mas nós perdemos de todo o amor-próprio ou sou eu que estou atrasada relativamente ao momento histórico? Bem conheço o aforismo que diz que "não é próprio chamar amor ao amor-próprio", mas, caramba, nem tanto ao mar nem tanto à terra!
Na verdade tenho de confessar que talvez ande um tanto susceptível, porque também me irritei com uma peça publicada hoje na revista "Sábado", sob o título "As figuras mais cruéis da Bíblia". Um chorrilho de banalidades, sem nenhuma profundidade e mostrando uma grande ignorância sobre o assunto, apesar da senhora que escreveu se ter dado ao trabalho de ouvir dois padres e um pastor. Logo no preâmbulo, a senhora define a Bíblia como "o livro de Jesus". S.Pedro, pelos vistos, foi cruel porque negou Jesus três vezes, E não recebeu nenhum castigo porque se arrependeu. Coitado de S. Pedro que até foi crucificado de cabeça para baixo! E vai por aí adiante. Os jornalistas mais jovens não recebem, garantidamente, ensinamentos nem normas nos campos da sensibilidade e bom senso. Basta reparar nas perguntas tolas que disparam e a falta de humildade ao humilharem, tantas e tantas vezes, as pessoas que entrevistam. Não refiro a falta de cultura geral porque essa, então, é de bradar aos céus.
Já a semana passada me indignei porque tomei por minhas mágoas alheias. Não gostei de ver como a revista Visão apresentou a vida e os gastos dos angolanos ricos em Portugal. Não se atrevendo a chamar claramente desonestos a esses cidadãos, fizeram grandes parangonas do que compram e da vida que levam. Ora vão lá a raciocinar um pouco: o dinheiro é deles ou não é? Se não é, onde é que isso nos coloca, a nós, portugueses? E se é, o que é que nós temos a ver com o facto de comprarem coisas caras e de bom gosto? Será por serem escuros de pele que não podem ter bom gosto e gostar de coisas boas? Sentir-nos-emos no direito de reclamar porque em Angola há muitos pobres? E em Portugal não há pessoas que levam vidas luxuosas e pobres a quem falta pão, calor, tecto, até remédios? Ora deixemo-nos de paternalismos serôdios e sejamos mais honestos. Não aconteça que de nós se possa dizer que vemos o argueiro no olho do vizinho e não vemos a trave no nosso olho.
Já agora que estou, reconhecidamente, a usar o blogue para desabafar as minhas mágoas, devo confessar que tenho andado muito incomodada com a incapacidade que temos tido de diminuir a fome no mundo. Ainda mais porque, tendo andado no meio, sei quanto do dinheiro e comida que se dá para os famintos se perde entre as mãos que dão e as mãos que recebem. Dói-me ver a Caridade feita emprego e, ainda por cima, emprego bem pago e com mordomias.
Bem, já desabafei. Gostaria de referir alguma coisa boa, mas apenas me lembro da alegria que vi em alguém apenas porque uma pessoa que há muito se afastara lhe mandara uma simples mensagem de Natal.
Pois é: temos de nos lembrar mais dos outros, porque também há quem tenha fome de Companhia, de Afecto, de uma palavra compreensiva. E isso é tão barato! Boas Festas!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A minha Oração de Natal de 2009


Senhor Menino Deus,

Estou à Tua espera, confiante,

Como aquela criança que um dia Te esperou.

Já não te peço a boneca de pano, tão sonhada,

Já não espero o livro da Condessa de Ségur.

Mas sinto este cheiro dos sonhos e canela

Que se solta das lojas da cidade,

Descubro sorrisos verdadeiros

Pendurados em rostos ansiosos,

Pressinto as angústias escondidas

Por detrás de rugas juvenis

E com o atrevimento que já conheces

Peço-te, meu Senhor Menino Deus,

Que me dês um Sinal.

Recordo-te, Menino, que quando

O sapateiro Martinho te pedia

Que o deixasses ver-Te,

Tu lhe prometeste que Te veria, sim.

Dia após dia ele Te esperou

Na sua oficina rebaixada

Por onde via passar a multidão.

E foi assim que, esperando,

Ajudou a viúva e os seus meninos,

Deu a sopa quente ao velho sem família,

E a laranja à criança triste que passou.

E quando, à noite,

Triste e desencantado Te perguntou

Por que não tinha merecido que viesses,

Que lhe respondeste, Deus Menino?

“Martinho, eu estive contigo. Tu viste-me.

Viste-me naquela mãe desesperada,

Viste-me no velhinho que aqueceste,

Viste-me na criança que afagaste.

Era eu, Martinho, sempre eu”.

Martinho compreendeu e aprendeu a ver-Te em cada irmão.

Mas eu, se não me ajudares,

Se não abrires meu coração e os meus olhos,

Esperar-te-ei todos os dias da minha Vida

E talvez até descreia em Ti.

Por isso, meu Menino, abre meu coração e os meus olhos

Para que eu Te veja também em cada Outro,

Porque é assim que quero receber-Te

Quando outra vez nasceres neste Natal.

Não peço nada para mim, Senhor Menino,

Tenho Pão, tenho Calor, tenho o Carinho

De tantos Amigos que me deste.

Quero apenas ser capaz de Te encontrar

Em cada um dos que sofrem e procuram

Um pouco de Paz, Amor e Alegria.

Por quanto tempo, Senhor, hei-de esperar

Para Te descobrir em cada Irmão?

Peço-Te, ao menos, meu Menino,

Que a todos dês, no Dia em que nasces novamente

E em todos os que concederes a cada um,

Um Santo Natal e um Ano Novo Bom.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O Bem não vende nem parece interessar a muita gente

O Bem não vende...

Não posso passar sem ler jornais, compro um religiosamente todos os dias, dois ao sábado, dois ao domingo, duas revistas semanais e uma mensal. Já descobri, quase com vergonha, que, quando pelas minhas andanças africanas, o que mais falta me faz são os jornais, nos locais onde não tenho aceso à NET. Porque a família, essa posso sempre contactá-la pelo telefone, claro...

Mas ler os jornais é, cada dia, e cada vez mais, uma autêntica provação. Quero ser informada, mas não leio notícias, porque não m’as dão: leio comentários, opiniões pessoais, julgamentos de factos sobre os quais não nos são fornecidos todos os dados. A pensar nisto, lembrei-me de um episódio que ocorreu no último ano em que dei aulas (2002-2003).

Pedi aos meus alunos que fizessem um pequeno trabalho de casa: que escrevessem, cada um, uma frase idiomática, em inglês, em que entrasse uma cor. Talvez porque não costumo marcar muitos TPC's, a maior parte "esqueceu-se" de o fazer. Uma simples frase! Mas uma aluna das que se sentam à frente, daquelas que, não sendo brilhantes, querem absorver tanto o que o professor diz (falo por mim) que até se inclinam para a frente, como que tentando aprender através dos poros, uma dessas alunas, também não tinha feito o tal TPC que eu achara que os iria interessar muito. Olhei para ela, sem perguntar nada, e ouvi, em voz quase inaudível: "Professora, o que é uma frase idiomática?"

Não me zanguei, apesar de já ter falado não sei quantas vezes em frases idiomáticas, em como é difícil traduzi-las, mas também no colorido que dão às línguas. Então, resolvi fazer uma "revisão da matéria dada" e fiquei um bocado preocupada: é que eles também não sabem, em Português, o que quer dizer "estar verde de inveja", em que situação se diz "ficar vermelho como um tomate" ou "estar mesmo a pedi-las", "pernas para que vos quero", entre outras. E só estou a mencionar as mais simples.

Perguntei-lhes: "Mas o que é que vocês sabem, contem-me lá?" Eles sabiam imensas coisas com que eu nem sonhava, informação via TV, revistas especializadas para jovens, vídeos, jogos de computador, etc. Lá fui eu dar uma vista de olhos aos programas que viam, às revistas que liam, a um vídeo que me emprestaram e só não me arrisquei nos jogos porque sou uma nódoa no assunto... E não me admirei do pouco que sabiam da sua língua. Tudo aquilo era, na maioria, de uma pobreza franciscana em termos de linguagem e de muito mau gosto a nível de conteúdos, na minha opinião. Reparei, contudo, que começavam a falar de coisas que viam nos telejornais e até já liam alguns jornais, mas esses só de acordo com o que vinha na 1ª página.

Entretanto, muitas coisas aconteceram mas tenho agora a certeza de que, continuando a observar a realidade através dos jornais e da TV, pouco de Bem podem aprender. O Bem não vende. Quantas pessoas se entregam a ajudar crianças, a tomar conta de idosos que lhes não são nada, a visitar doentes, a procurar trabalho para desempregados, a ensinar pessoas para que se valorizem? Provavelmente mais dos que os que são pedófilos, que roubam, que corrompem e são corrompidos. E quem fala deles? Ninguém, porque o Bem não vende.

Em toda a parte, a toda a hora, há gente que procura melhorar o Mundo em que vivemos, tentando torná-lo mais humano, mais solidário, mais igual. Organizam-se eventos para actualizar certos sectores profissionais e os meios de comunicação "desconhecem-nos", mesmo que eles atraiam 1000 pessoas, sob a justificação de que há um patrocinador e falar do caso seria fazer publicidade. Mas aquilo que lemos todos os dias, o que vimos e ouvimos não é publicidade ao Mal, aos que vivem desse Mal, aos que se arrogam o direito de "lavar o Mal"? É que o Mal vende, ele sabe encontrar os seus agentes distribuidores. O que aconteceria a um jornal em que predominassem as boas notícias?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O Natal do Menino Negro

A propósito da reflexão do Natal, inseri um excerto de um poema que ainda hoje não consigo recordar sem um nó na garganta. Como o Raul parece ter ficado com curiosidade, aproveito para contar a história. Li-a há muitos anos, seguramente há mais de 50, pois sei que ainda era uma garota. Li-a numa edição de Natal do Diário de Luanda ou da Província de Angola, dois jornais importantes à época. Na minha ingenuidade, não guardei nem jornal nem autor. Mas impressionou-me tanto que guardei de memória a parte final do poema.
Contava o poema que uma lavadeira negra levava o seu menino quando ia levar e buscar a roupa dos patrões para quem trabalhava. Na casa havia um garoto da idade do seu, ainda naquela idade inocente sem preconceitos nem barreiras. O menino branco andava afadigado a limpar os sapatos e confidenciou ao menino negro, que se tinha admirado com a sua azáfama, que tinha que limpar bem os sapatos para o Menino Jesus (naquele tempo não havia Pai Natal...) lhe pôr os presentes na noite de Natal. Naquela noite, afinal. Suspirando, o menino negro respondeu que não sabia de nada e, pior ainda, não tinha sapatos para receber os presentes. Solidário, o menino branco foi ao quarto, pegou nuns sapatos mais usados e, depois de pedir autorização à mãe, ofereceu-os ao menino negro.
Este foi todo o caminho para casa a saltitar à volta da mãe, que com os seus problemas e o carrego à cabeça, mal lhe prestava atenção, enquanto ele sonhava com o que havia de pedir a esse Menino Jesus de que tinha acabado de ouvir falar e sobre assunto tão importante: Ele trazia brinquedos às crianças!.
À noite, após o jantar do costume, quando se deitaram na esteira grande, o menino negro não se esqueceu de pôr os sapatos perto da fogueira quase apagada que servia de iluminação na cubata pobre. No dia seguinte, mal acordou lembrou-se imediatamente dos sapatos e muito cheio de esperanças saltou do seu leito. de presentes nem rasto e os sapatos jaziam esturricados no meio das cinzas da fogueira: uma cabra que pertencia aos parcos haveres da família também dormia debaixo de tecto e não tinha resistido a tentar roê-los, acabando por os empurrar para o lume.
Triste mas ainda levemente esperançoso de que se tivesse enganado no dia, esperava certificar-se do engano quando visse que o seu amigo branco também não tinha recebido presentes. Mas a bicicleta sonhada, uma camisa e umas calças, um jogo e um livro eram a prova de que tinha sido mesmo Natal. Triste mas conformado, contou então:
"Menino Jesus não foi no meu cubata
ou com medo que a gente comesse Ele
ou receio talvez que minha pai lhe bata.
Branco é rico, vive felizmente
Mas preto ser mais pobre que ninguém:
está tão coitadinho, tão marmente
que nem um Menino Jesus para ele tem".

Já agora, "marmente" é "malmente", um advérvio de modo que o menino construiu de acordo com a norma.
Durante muitos anos senti este nó pelos meninos negros. Depois, aprendi Latim e o que significa "mutatis mutandis". E comecei a ver muitos meninos que não eram escurinhos (um eufemismo de má consciência...) e que também não tinham Menino Jesus. Nunca.
Com as palavras da única estrofe que guardei pus, penso eu, muitos dos meus meninos-alunos (sempre com mais de 14-15 anos) a pensar. De olhos brilhantes. Muito brilhantes. E que depois traziam de casa brinquedos e roupas para outros. Nunca velhos os brinquedos, nunca rotas ou enxovalhadas as roupas. Que Professora feliz eu fui, graças a Deus!
Então Raul, gostas desta história de um Natal da tua terra? Espero que sim.


O Desafio do Raul para o Natal

O Raul do Sorriso Imenso lançou o desafio, um tão cordial e bonito desafio, que não posso deixar de lhe responder e, seguindo as regras, desafiar outros Amigos. Então, vamos lá abrir um pouco mais o véu do que sou:



1. Eu já... passei Natais tão diferentes que não consigo decidir qual marcar como mais importante. Mas recordo o de 2007, que passei apenas com a minha empregada-Amiga de 29 anos, a Gorete, e em que depois de jantar fomos levar doces natalícios a uma residência universitária onde os estudantes são predominantemente de países de língua portuguesa. Penso que devo informar que, cá em casa, os Natais em família são passados ano sim, ano não, pois os meus filhos também têm os outros pais, os sogros. "Faz aos outros o que gostarias que te fizessem a ti."


2. Eu nunca... pude deixar de recordar, por mais esforços que faça, aquele excerto de poema, cujo autor e data esqueci, que li em adolescente num jornal de Angola: "Menino Jesus não foi no meu cubata/ ou com medo que a gente comesse Ele/ ou receio talvez que minha pai lhe bata./ Branco é rico, vive felizmente/ mas preto ser mais pobre que ninguém/ Está tão coitadinho, tão marmente/ que nem um Jesus pra ele tem." É só mudar as cores, manter as situações, e olhar para o lado: há brancos pretos que não têm um Jesus e vice-versa. "Ama os outros como a ti mesmo".



3. Eu sei... que o Natal é um estado de espírito que tem um gosto e cheiro que só a alma apreende. Mas é também esta luminosidade de sorrisos pendurados no rosto das crianças inocentes e a ansiedade modesta das pessoas que passeiam sonhos e desejos frente às montras sem se amargurarem, felizes de estarem vivos e terem saúde. "Não cobices os bens do próximo, pois não sabes o preço que pagaram por eles."


4. Eu quero... neste Natal, lembrar-me e falar com familiares e amigos com quem ultimamente tenho andado um pouco distante, como o Raul. E fazer mais aquilo que penso. "Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje, nem invejes o galo que canta, pois quem te diz que cantará amanhã?"

5. Eu sonho... que os homens serão capazes de lutar e construir, com todas as suas forças e empenho, um MUNDO MELHOR. Não há sonho melhor do que este, também do Raul. Faço-o meu também. "Sonha coisas impossíveis. Elas demoram apenas um pouco mais de tempo do que as difíceis".

6. Eu prometo ... que vou tentar ter pelo menos 12 Natais em 2010, um por cada mês.Afinal, não é monopólio do Poeta dizer que Natal é quando o Homem quiser. "Se eu não acreditar em mim, quem vai acreditar?"


Bato à porta dos seguintes blogues para também os desafiar a falarem um pouco do Natal. Os blogues são:

EXISTENTE INSTANTE

TERREAR

CLAP!CLAP!CLAP!

TEMPO DE TEIA

EMATEJOCA