Senhor Menino Deus,
Estou à Tua espera, confiante,
Como aquela criança que um dia Te esperou.
Já não te peço a boneca de pano, tão sonhada,
Já não espero o livro da Condessa de Ségur.
Mas sinto este cheiro dos sonhos e canela
Que se solta das lojas da cidade,
Descubro sorrisos verdadeiros
Pendurados em rostos ansiosos,
Pressinto as angústias escondidas
Por detrás de rugas juvenis
E com o atrevimento que já conheces
Peço-te, meu Senhor Menino Deus,
Que me dês um Sinal.
Recordo-te, Menino, que quando
O sapateiro Martinho te pedia
Que o deixasses ver-Te,
Tu lhe prometeste que Te veria, sim.
Dia após dia ele Te esperou
Na sua oficina rebaixada
Por onde via passar a multidão.
E foi assim que, esperando,
Ajudou a viúva e os seus meninos,
Deu a sopa quente ao velho sem família,
E a laranja à criança triste que passou.
E quando, à noite,
Triste e desencantado Te perguntou
Por que não tinha merecido que viesses,
Que lhe respondeste, Deus Menino?
“Martinho, eu estive contigo. Tu viste-me.
Viste-me naquela mãe desesperada,
Viste-me no velhinho que aqueceste,
Viste-me na criança que afagaste.
Era eu, Martinho, sempre eu”.
Martinho compreendeu e aprendeu a ver-Te em cada irmão.
Mas eu, se não me ajudares,
Se não abrires meu coração e os meus olhos,
Esperar-te-ei todos os dias da minha Vida
E talvez até descreia em Ti.
Por isso, meu Menino, abre meu coração e os meus olhos
Para que eu Te veja também em cada Outro,
Porque é assim que quero receber-Te
Quando outra vez nasceres neste Natal.
Não peço nada para mim, Senhor Menino,
Tenho Pão, tenho Calor, tenho o Carinho
De tantos Amigos que me deste.
Quero apenas ser capaz de Te encontrar
Em cada um dos que sofrem e procuram
Um pouco de Paz, Amor e Alegria.
Por quanto tempo, Senhor, hei-de esperar
Para Te descobrir em cada Irmão?
Peço-Te, ao menos, meu Menino,
Que a todos dês, no Dia em que nasces novamente
E em todos os que concederes a cada um,
Um Santo Natal e um Ano Novo Bom.
5 comentários:
Bonita oração de Natal, nesse poema cheio de realidades vividas, de recordações de outras vidas de outros tempos________________ mas hoje é outro dia, outro Natal, para ser vivido e partilhado mesmo que seja só através de palavras, com a família com os amigos
Gostei muito.
Beijinhos
Sim, já conhecia a estória mas não desta forma tão bela e ainda por cima em jeito de oração.
.
Obrigado por mais esta partilha e sabes bem que o Bom Deus te tem como uma das suas filhas predilectas. Mas tu queres ser sempre mais e mais...
.
Sorriso grande e abraço tribal.
Mesmo não sendo uma das filhas predilectas do Bom Deus adorei esta
bela e comovente oração.
Simples Orações:
Descia a tarde,
e arrumavas a casinha em Nazareth.
Cenário admirável Gabriel vê,
quando irrompe p’la porta cerrada.
Pára o voo às Tuas mãos,
na entretida paz.
Teu tangido coração
balbuciou o sim.
-
Imaculada,
nós te bendizemos;
trouxesTe O Excelso,
‘AQUELE QUE É’
vivida Redenção.
Aclara-nos caminho,
sempre connosco vás,
conduz-nos por Tua mão.
Boníssima, infundi em nós
o puro Verbo Pleno Amor.
Dá-nos discernimento
pra bem agir,
faz-nos firmes os passos.
-
Francisco, António, Clara,
repeti,
connosco,
um canto ao irmão sol,
à lua irmã,
às estrelas altas,
preclaras, belas.
-
Porque desde há milénios Natal,
se cultive, cante-se, soe,
com o coro dos levíssimos entes,
da felicíssima meia-noite
de Bethlehem a imorredoura alegria.
-‘
Porque o cedro foi arrancado.
Afastarei de teu seio os orgulhosos fanfarrões.
Um povo, pobre e humilde,
procurará apaziguamento no nome de Iahweh…’
Não nos pesem as angústias passadas.
As nuvens todas do torpor se esvaiam.
Acolhas nossa Acção de Graças.
-
Teus, inabalavelmente,
até infindos fins,
vivamos relances na imensa luz.
Tão verdade é estares connosco Expectante.
Quanto desejas Te foi dado antes.
Guia segura, sondas-nos para o melhor;
refúgio Te dás, nada nos falta.
-
Tens nosso nada,
um nome cristão,
tudo quanto somos.
Tens nossa fraqueza,
dás-nos Tua força,
abres-nos portas.
Tens-nos no silêncio,
torna-lo repleta palavra
na noite coração.
-
Tetravós carreiam-te por Deus dentro.
Tetranetos abraçar-te-ão.
-‘
Não deixes emudecer
a boca dos que Te louvam…’
Glórias sempiternas a Teu Nome.
Ante Ti se dobrem todos joelhos.
Voem alados pés a promotores da paz.
Jorrem águas a rochedos.
Possam reverdecer as terras desoladas.
-
Dão-se, de coração
quebrado:
O mandamento novo
refaz a humanidade
dum Deus descido.
Não estrangeiros,
verdadeira família
uns dos outros.
No voo querendo-se,
encaminham-se.
Dizei se tal amor
não vale a vida.
Assim sendo
firmíssima expande
a aventura.
-
Trate linguagens,
domine meandros,
se não me move Amor,
mas puro Amor,
eu nada sou.
Sonhos, logros
de esforçados dias,
‘tudo passará
excepto a caridade…’
-
Espírito Divino,
acode-me,
mísero morro;
pó, alento, liberdade,
dói-me não cantar toda a alegria.
-
Tanto machucaram feridas vivas.
Infernos sofri a bom sofrer.
Já assumpto em mim,
nem sei contar
os golpes cometidos.
Oswiecins vivi,
meus descaminhos.
Ante os novíssimos,
espero, creio e amo,
pois Maria graça é, e poesia.
-
Estrela da Manhã,
que dissipas as trevas,
abre-nos caminho
para bom lugar.
Nosso nada calas.
Tanto baste.
-
Lausperene:
Estás inteiro
em corpo inteiro.
Revejo-Te,
como quando percorrias,
mais os Teus,
a celeste Galileia.
A plenitude é em Ti,
das suavíssimas entranhas
dA Sempre Virgem
Oferta Maior,
que humano peso vences.
-
Jesus,
inspecciona-me a que ande sempre em Tua luz.
Volte de novo a comportar-me como menino.
Nada perca da graça que me dás.
Respire louvor a minha oração água corrente.
Cada gesto meu Te seja aprazível oblação.
Dê-me à vida inteira cada manhã.
Envolva-me a bondade infinita a clarear.
Tarde toda acompanhe a Tua Paixão que salva.
Noite repouse na calma do Teu ombro.
Frua a cada transe Teu amor,
que se prolongue.
-
Mãe da Luz do Céu,
alcance subir a pulso a Escadinha das Rosas.
E eu cale quanto não Te bendiga;
não canse de mostrar-me grato p’lo que me dás,
a alegria de filho Teu.
Dê O Enganador Das Não Vidas turvas voltas.
Não será ele parvo chapado?
Atenuasses Tu seu pesadelo.
Tem-me no Teu olhar sem sombra.
-
Porque na Fé dos Avós
educados e encaminhados,
na Fé acordemos para O Pai,
com o Príncipe, e o Consolador,
sustentados p’la Mãe.
C/ um bjnh do 'choa
fIM DAS sIMPLES oRAÇÕES
PARA A AVÓ PIRUETA:
António, meu bom comum Avô,
move às moças baques cordiais,
a que me dêem água das frescas bilhas.
-
Pão que baste minha fome,
água que baste minha sede,
verdades que comungue,
tamanho abraço que com força abrace,
mãos abrindo doce paz
até a esse vasto mundo
em que quisera sem fim
andarilhar…
-
Fecha-se o livro, solta-se louvor:
Cheio é o Orbe das Tuas maravilhas,
Santo, Imenso e Bom Senhor.
Criaturas aladas, levai meu ai.
Névoas, neblinas, regatos, ribeiras,
anjos, e meninos, bendizei.
Mártires d’amor, cantai.
Poetas, aedos, bailarins expressem
minuciosas belezas inumeráveis.
Seja desmesuradamente prolongado
o saltério aOs Celestes Prodígios.
Arquitectos, artistas, dramaturgos, cinéfilos,
informáticos, jornalistas Te proclamem.
Urzes, giestas, estevas, tílias, margaridas, lilases,
fremi a única alegria.
Aragens, brisas, fogueiras anunciem O Pleno.
Relâmpagos, raios, tempestades, gritai.
Répteis, peixes, batráquios, fugitivos animais, louvai.
Luz matinal, aclama O Que Em Ti.
Pedras, terras, orlas, explodi um canto novo.
Flores, verduras e florestas, mares e nuvens, esplendei.
Luzeiros, astros, sóis, estrelas, clareiras e galáxias, ecoai.
Abscôndito, em Teu Nome houvemos força.
Onde haja torpor nos fira incólume Teu sorriso.
A que resulte, para o peregrino, renascido amor.
A que não esqueça Lázaro:
Tenha abertas as portas da choupana.
Filho de David, reencontra as reses desgarradas.
Traz a teu redil quantos Te magoam.
Teu entranhado Enlevo seja comum bênção.
Como algodão hidrófilo, Teu jugo;
pacientíssima, até aos fins,
Tua expectativa quanto a cada um.
Entreguemos na raiz da Cruz tribulações:
Provê, a todos, o melhor bem:
A rodos derrames consolação.
P’los agradabilíssimos Átrios,
Te elevemos diferente Louvor.
Bebamos Vaso Pleno.
AjudasTe-nos quando o Egipto sofremos;
saciasTe-nos com A Terra Prometida.
EndireitasTe-nos os molestos ossos;
guardasTe-nos
nO Coração
mais Coração
dO Coração.
-
Amiga, que mais pedir?
Olhes teus filhos desviados.
Amem eles verdadeiramente a paz,
e o céu a trará na cor inexplicável.
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